Crise ou oportunidade?
Portugal venceu uma grave crise económica que teve início em 2008, ano em que o país mergulhou na austeridade. O que é facto é que esta crise não foi assim tão terrível para Portugal. E se, no final, esta até acabar por ser uma bênção disfarçada que permita ao país dar uma volta significativa para o seu futuro? Estas são as perguntas que todos temos o direito de fazer e que vamos analisar aqui.
A crise em Portugal
Quando em 2008, a crise económica atingiu quase todos os países industrializados, Portugal não permaneceu intocável e, juntamente com a Grécia, viu a sua classificação a cair muito rapidamente, passando de A + para A- pelo Instituto da Standard & Poor’s , na classificação de sua dívida soberana. Com uma dívida pública de cerca de 100% (77,4% do PIB em 2009 e 93% em 2010), a confiança dos mercados em Portugal caiu vertiginosamente e as taxas de empréstimo foram reavaliadas. Tiveram, portanto, de recorrer a um empréstimo de 78 milhões de euros do FMI, do BCE e da UE e implementar um plano de austeridade em 2011.
O défice público fixa-se nos 9,4% do PIB em 2009 e nos 9,8% em 2010, e o desemprego sobe para os 15% em 2012, demonstrado o declínio da qualidade de vida dos portugueses. Em 2012, a UNICEF publicou um estudo que demonstra que um em cada quatro portugueses vivia num estado de privação no seu seio familiar, um efeito muito prejudicial da crise em Portugal.
Enquanto se aguardava uma recuperação, deu-se a falência do banco Espirito Santo no início de 2014, o que ajudou o governo socialista de Sócrates a mergulhar no chamado "capitalismo de compadrio".
Os métodos utilizados para sair da crise
A austeridade foi a primeira medida a ser aplicada a pedido da Troika, para enfrentar a crise de Portugal. O sector público foi um dos primeiros a ser afectado, com salários revistos para baixo. Os impostos são, por seu turno, revistos para cima e, entre estes, é aumentado o IVA. Mas também os custos dos transportes, a saúde, as pensões e o tempo de trabalho se agravam. Ao mesmo tempo, a legislação de trabalho torna o processo de despedimento mais fácil, as prestações de desemprego são revistas e diminuídas e as contribuições para a segurança social aumentaram 18% (em vez de 11%) em 2013, etc. É o vale tudo e, consequentemente, o padrão de vida do Português em 2012 sofreu uma queda de 6%.
Apesar de todas estas medidas, não surpreendentemente, as receitas fiscais são baixas e o governo tem de encontrar outras formas de estimular a economia e de reabastecer os cofres do Estado.
No sentido de encher os cofres públicos, muitas empresas públicas foram vendidas.
Para a economia e, particularmente, os sectores de imobiliário e turismo, abriram-se ao investimento estrangeiro através de medidas como os vistos dourados de Ouro que permitiram reavivar este sector em rápida desaceleração e atrair novos investidores, que para fomentaram a construção e renovação de bairros inteiros, fizeram entrar divisas e até o consumo foi reanimado, porque mesmo os mais desafortunados que venham a residir em Portugal vão consumir inevitavelmente.
As consequências para o futuro
As primeiras consequências que se seguiram às medidas delineadas para lidar com a crise em Portugal – basta fazer uma rápida pesquisa na internet para se aperceber- dizem respeito à venda de apartamentos e moradias, que mostra que o mercado habitação floresceu, em particular, com foco em clientes de língua francesa.
Se, para o Português, a questão da "crise" é real e se sente na pele, visto de outros países, as oportunidades saltam à vista. A oportunidade de encontrar investimentos atraentes com uma propriedade que tenha uma taxa muito favorável de retorno sobre o arrendamento, da ordem de 5 a 6%, às vezes 7. Mas também a oportunidade para um francófono de comprar um bom apartamento ou uma bela casa a preços muito mais baixos do que em França, com a oportunidade de escolher viver a sua reforma (pode encontrar um apartamento de 2 quartos nas redondezas de Lisboa a 100.000 euros, o que nunca vai encontrar em Paris), e com um custo de vida 30% menor comparado a França.
É um facto, em Portugal há óptimas oportunidades para os estrangeiros. Estas brevemente também se afiguram boas para os portugueses, que começam a sentir os efeitos positivos destes estímulos na economia.
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