Lisboa quer calçada portuguesa como Património da Humanidade
Monumento aos calceteiros vai ser recolocado nos Restauradores, dando o mote à candidatura à classificação da calçada portuguesa
A Câmara de Lisboa vai dar início ao processo de candidatura da calçada portuguesa a Património Cultural Imaterial da Humanidade, assim como a recolocação da escultura criada para homenagear os calceteiros, retirada depois de atos de vandalismo. Na proposta, a autarquia sublinha a importância da “promoção da calçada e da arte de calceteiro enquanto elementos identitários da cidade de Lisboa”.
O “Monumento ao Calceteiro” foi criado em 2006 para homenagear a atividade dos calceteiros e foi colocado na Rua da Vitória, na Baixa Pombalina. Porém, a escultura sofreu atos de vandalismo e por isso foi removida do local, estando desde essa data guardada pelo município noutro espaço. O objetivo é que, caso a proposta seja aprovada, a escultura seja agora colocada junto à praça dos Restauradores.
O vereador António Prôa considera que a recolocação da escultura é “um pretexto para a candidatura à classificação” da calçada portuguesa. Na proposta, os vereadores do PS e PSD realçam que a calçada “constitui hoje um elemento de forte identidade de Lisboa, associado a uma expressão artística de qualidade que valoriza a imagem da cidade.”
Na candidatura faz-se um enquadramento histórico da calçada, indicando que o material “começou a ser utilizado em Lisboa no século XIX”, primeiro no Castelo de São Jorge e depois como pavimentação da Praça do Rossio. Os autarcas consideram que atualmente existem “expressões ricas e variadas” de calçada portuguesa, em locais como o Rossio, a Baixa Pombalina, o Chiado, a Avenida da Liberdade e o Cais do Sodré.
Em Outubro passado foi lançada uma petição online pelo calceteiro Fernando Correia para elevar a calçada portuguesa a Património Imaterial da Humanidade. O calceteiro com mais de 40 anos de profissão define a calçada portuguesa como um “símbolo nacional de grande valor patrimonial”.
Nalgumas zonas de Lisboa, exceptuando certos bairros e zonas históricas, a Câmara Municipal está a substituir a tradicional calçada por passeio mais largos, feitos de cimento branco e pedra de lioz, para tornar a circulação mais confortável e segura. Esta medida tem gerado controvérsia junto de alguns moradores.
Fonte: Notícias ao Minuto
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