Cerâmicas na Linha: os mais lindos pratos portugueses, ao peso!
É um novo conceito de vender pratos e outras cerâmicas e que não obriga à compra de todo o serviço. E não é só na Linha.
Por João Galvão
A cerâmica é em Portugal (como em qualquer outra nação onde barro exista), um dos marcos mais distintos da decoração popular. Mas a portuguesa pode conviver às mil maravilhas com o layout contemporâneo, seja italiano ou nórdico, de revista, de marca, caríssimo. Tem tanto de uso prático como de adorno, e muitas vezes com a dupla função; é atitude bem portuguesa, desde sempre, pôr pratos na parede e com eles fazer assim decoração. E é hoje outra vez tendência, adequando os desenhos dos pratos e a sua disposição para obter um look mais contemporâneo.
Se de boa marca, e estimada no tempo, a prosaica louça pode mesmo ser em poucos anos um investimento com retorno; se é verdade que existem ainda em produção formas e padrões na cerâmica utilitária já com, por vezes, centenas de anos, outros há que são quase sazonais, e aquela travessa alongada com aquele desenho que ficaria tão bem no louceiro pode não voltar a ser produzida.
No início de 2011, e trazendo como bagagem tudo aquilo que tinha aprendido sobre cerâmica ao longo de onze anos, Natália Pires abriu a primeira Cerâmicas na Linha, em Oeiras. O sucesso foi tal que 5 anos depois abria uma segunda loja no centro nevrálgico do comércio lisboeta, em pleno Chiado.
Com a exceção das ‘joias da coroa’ - a Bordallo Pinheiro e a Costa Nova vendidas à peça - tudo o resto é vendido ao quilo, de forma democrática e descomprometida: cada um só paga aquilo que leva.
E a escolha é imensa e perfeita, seja para um estilo shabby chic, seja chic apenas. Podem custar entre €3,80 e €7,50/quilo, em função da qualidade e da marca da peça; “os preços não são nem mais baratos nem mais caros que nas outras lojas”, diz-nos Natália, “é apenas um conceito diferente”.
Para que se torne um investimento, e porque é material frágil (como dizia Farah, o criado de Karen Blixen no “Out of Africa”, “yes Msabu, china, it can break”), a louça tem que ser minimamente estimada. Claro que é um utilitário e tem que ser usado (é tão triste quando se tem coisas bonitas só para serem vistas, não é?), mas pelo menos poupe-a ao inferno que é uma máquina de lavar louça enquanto trabalha; as muito altas temperaturas afetarão a longo prazo o vidrado, mesmo que seja a peça seja dishwasher friendly.
Se tiver esta e outras máximas domésticas em mente, o prato que custou apenas €3,80/quilo pode aparecer daqui a vinte anos num leilão da Christie’s como “raro exemplar da cerâmica utilitária Portuguesa do século XX” e com mais dois dígitos no preço do que aqueles que custou.
Cerâmicas na Linha
Rua Dr. José da Cunha, 20B
2780-187 Oeiras
Tel: 21 457 5920
e
Rua Capelo, 16, ao Chiado
1200-087 Lisboa
Tel: 21 598 4813
Ambas de 2ª a sábado, das 10h00 às 20h00
No Chiado também ao domingo entre as 12h00 e as 20h00
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