Conheça as aldeias vencedoras das Sete Maravilhas de Portugal
A edição das Sete Maravilhas de Portugal dedicada às aldeias teve níveis de participação históricos
Depois de várias semanas de votos e discussões, chegou-se finalmente à conclusão de quais são as melhores aldeias de Portugal. Sim, já são conhecidas as sete aldeias vencedoras do concurso Sete Maravilhas de Portugal, que tem como objetivo promover o património histórico, natural e gastronómico existente no país. A votação começou a 9 de Julho com 49 aldeias a concurso e os resultados fizeram-se saber em Piódão, no concelho de Arganil, a 3 de Setembro.
“Esta eleição foi um sucesso, com níveis de participação históricos. As aldeias têm futuro e muitas oportunidades, não vamos mais largar as nossas aldeias, com outras iniciativas no futuro. E agora vamos continuar com a nossa missão de promover os grandes valores da identidade nacional. As Sete Maravilhas vão voltar em breve com mais temas que puxam pelos territórios e pelas nossas gentes”, disse o presidente da organização, Luis Segadães, durante a cerimónia.
Dornes é a melhor das Aldeias Ribeirinhas, Sistelo é a aldeia vencedora na categoria de Aldeias Rurais, Fajã dos Cubres é a favorita das Aldeias do Mar, Piódão foi considerada a melhor das Aldeias Remotas, Castelo Rodrigo é a melhor das Aldeias Autênticas, Monsaraz a de Aldeias Monumento e Rio de Onor é a vencedora das Aldeias em Área Protegida.
Conheça as aldeias vencedoras:
Categoria Aldeias Ribeirinhas: Dornes
“Dornes situa-se numa península rodeada pelo Rio Zêzere e pelo lago de Castelo de Bode. Foi Comenda da Ordem de Cristo, D. Manuel I deu-lhe foral em 1513, e foi sede de concelho até 1836. Do seu património, destacam-se a Igreja de Nossa Senhora do Pranto que, de acordo com a tradição, foi fundada pela rainha Santa Isabel em 1285, e a Torre de Dornes, a misteriosa e primeira torre Pentagonal Templária em Portugal, ex-libris da região, construída pela Ordem dos Templários no início do século XIII. Destaque ainda para o barco de madeira Abrangel, um barco de 3 tábuas, típico desta zona do rio Zêzere, que tem em Dornes o único estaleiro e mestre que ainda os constrói.”
Categoria Aldeias Rurais: Sistelo
“Por aqui passou o exército de Afonso VII de Leão e Castela, para confrontar D. Afonso Henriques, num episódio decisivo na fundação do Reino de Portugal (séc. XII). No séc. XIII, as Cartas de Foro dão Sistelo como póvoa. Conhecida como “o pequeno Tibete português”, tem nos socalcos uma marca identitária única em todo o país. Os socalcos, moldados durante centenas de anos para produção de cereais e para pastar raças de vacas autóctones, conduzem as águas por um sistema específico de regadio, uma forma inteligente e eco sustentada de obter proveito agrícola e pecuário. Tem um núcleo de espigueiros e a misteriosa Casa do Castelo de Sistelo, edificada em meados do séc.XIX.”
Categoria Aldeias de Mar: Fajã dos Cubres, ilha de São Jorge, Açores
“A Fajã dos Cubres constitui uma área plana que resultou de movimentos de massa de vertente, depositados na base de arribas abruptas. O “Cubre” deriva da planta com o mesmo nome, em grande abundância por ali. Outrora na fajã existiu uma pequena povoação que foi completamente arrasada pelo terramoto de 9 de Julho de 1757, foi depois reconstruída e povoada, chegando mesmo a existir uma escola primária que encerrou devido à falta de alunos. Do seu património destacam-se as casas e povoados tradicionais e a Ermida de Nossa Senhora de Lurdes, datada de 1908, cujas águas do poço são tidas como milagrosas e leva os peregrinos da ilha a lavarem-se nelas.”
Categoria Aldeias Remotas: Piódão
“Imortalizada por Miguel Torga como “ovo embrionário”, o Piódão é um presépio em plena Serra do Açor. Atraídos pela frescura das nascentes, os pastores lusitanos formaram, na época medieval, um povoado a que deram o nome de Casas Piódam. Já não há vestígios, mas existiu ali um Mosteiro de Cister, que faz o lugar remontar ao séc. XIII. Na paisagem salpicada de xisto e azul salta-nos à vista a Igreja Matriz, construída no séc. XVII, com torres cilíndricas rematadas por cones. Ao nos deixarmos vaguear pelas ruelas encontramos cruzes nas portas das casas, marcas das crenças das gentes da aldeia, que com ramos de loureiro afastam maus-olhados e intempéries.”
Categoria Aldeias Autênticas: Castelo Rodrigo
“Fundada pelos Túrdulos 5 séculos antes de Cristo, ocupada pelos romanos e depois pelos mouros, Castelo Rodrigo recebeu carta de foral de D. Sancho I em 1209, no contexto de conquista cristã, e integrou definitivamente o território português em 1297. A Igreja de Nossa Senhora do Rocamador foi fundada no séc. XIII para apoio aos peregrinos de Santiago de Compostela. A 7 de Julho de 1644 travou-se a batalha de Castelo Rodrigo, onde tropas portuguesas comandadas por Pedro Jacques de Magalhães derrotaram o exército espanhol do Duque de Ossuna. Foi palco das invasões francesas, entre 1801 e 1810, cuja destruição marcou profundamente a região. Não perca as velhas muralhas, o Pelourinho quinhentista, a cisterna medieval e os vestígios da presença da comunidade de cristãos-novos.”
Categoria Aldeias Monumento: Monsaraz
“Em 1167, foi conquistada aos mouros por Geraldo Sem Pavor, mas por pouco tempo. Após reconquista definitiva, em 1232, D. Sancho II doou a região à Ordem do Templo, para defesa e repovoamento. Em 1276, D. Afonso III concede a Monsaraz o estatuto de sede do concelho, que manteve até 1851. Do património realça-se as fortificações, a Igreja Matriz, construída no séc. XVI para substituir a igreja primitiva, destruída por causa da peste, o Castelo de Monsaraz, a Casa da Inquisição (umas das únicas no país) e o Pelourinho. A sua envolvente deixa recuar o nosso imaginário por muitos séculos, nos mais de 150 monumentos megalíticos com estórias com mais de 5000 anos.”
Categoria Aldeias em Áreas Protegidas: Rio de Onor
“Pode ter tido origem no povoado medieval de Vinhas Cales, no cabeço do Codeçal, mas sabe-se que pertenceu à Casa de Bragança. Divide o território com a sua homónima espanhola, Rihonor de Castilla. Da tradição e do convívio entre as duas aldeias surgiu um dialecto – o rionorês. Ainda se partilham terrenos e moinhos, na memória fica o rebanho e o boi comunitários, que já não existem. Mantém um modo de administração rural, liderado por dois Mordomos, designados pelo Conselho – assembleia com representantes de todas as famílias da aldeia. A “Vara da Justiça” garante o cumprimento das regras e aplica multas, muitas vezes pagas em medidas de vinho ou azeite.”
Fonte: Descrições das aldeias retiradas do site 7 Maravilhas
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