Ervideira, ouro lÃquido
Pela primeira vez o melhor vinho branco do mundo é português, alentejano e da Ervideira
E premiado na Alemanha, ainda por cima, que com a Áustria encima a lista dos melhores brancos, seja qual for o ano. Foi lá que decorreu um dos concursos mais seletos, o Mundus Vini, onde o Conde D’Ervideira Reserva Branco ganhou a sua medalha de ouro.
É elaborado com a casta Antão Vaz, de origem nacional, mas não é apenas a casta da uva que o torna único; grande parte da responsabilidade do bouquet deve-se às barricas de carvalho húngaro, onde fermenta, e ao estágio de seis meses onde cresce em aroma e álcool.
Dado este sucesso, a produtora Ervideira já decidiu aumentar a produção, plantando novas vinhas da casta, mas estas precisam de maturar até poderem ser vindimadas. Até lá, o Conde D’Ervideira Reserva Branco é excelente e raro: apenas tem engarrafado 35.000 unidades ao ano e logo metade é exportada para o Brasil e restante Europa, o resto que fica em Portugal voa das prateleiras enquanto o diabo esfrega o olho e bebe um copo. Custa no mercado online cerca de 15 euros cada garrafa com 0,75l.
A adega da Ervideira, sedeada em Évora, ficou conhecida aos olhos do público não especializado, nos anos muito recentes, por ter tentado, e conseguido com sucesso, criar o Vinho d’Água. Que ele de água não tem nada, é mesmo só vinho, mas estagiado nas profundezas de um lago. A direção da Ervideira, sabendo que algumas garrafas afundadas em naufrágios, quando recuperadas e abertas, se revelavam num precioso néctar, tentou replicar-lhe as condições com a sua própria colheita usando o maior lago artificial da Europa, o Alqueva ali tão à mão.
O segredo parece estar na forma como o vinho amadurece na luz e na pressão certas, durante 20 meses no total, e cerca de metade destes debaixo de água. Vai já na sua terceira ‘edição’, que por agora repousa entre os peixinhos, para voltar a ver a luz do dia e o ar lá para abril.
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