JUSTLX, salão paralelo com topete
É preciso estar muito seguro de si para oferecer a Lisboa uma feira de arte contemporânea no mesmo tempo da sua maior concorrente
Das duas uma: ou a organização da JustLX tem mesmo muito topete para decorrer nos mesmos dias da ARCOlisboa, 17 a 20 de maio, ou então, sagazmente, aproveita a vinda de milhares de galeristas, colecionadores ou simplesmente aficionados que inundarão Lisboa a propósito da feira na Cordoaria Nacional.
"Ali et Mere", por Denis Dailleux em 2014, 38x38cm, foto, da Galerie 127
Nem distanciam muito uma da outra, a ARCO em Belém, e a JustLX em Alcântara, no Museu da Carris, entre ambas apenas uma paragem de comboio ou 20 minutos de passeio a pé, aproveitando a maresia do Tejo.
"Sem Título", por Lizette Chirrime em 2017, da galeria Perve
A JustLX é a primeira edição de uma feira de arte contemporânea centrada nas manifestações artísticas mais atuais, vinculadas aos grandes temas do pensamento presente. Vai decorrer entre 17 e 20 de maio e nasce tendo o compromisso tecnológico e meio-ambiental como ponto de partida na criação contemporânea.
"Serie Columnas", por Pablo Barreiro em 2015, escultura, da galeria Nordés
Como a ARCOlisboa deriva da ideia da ARCOmadrid, também a JustLX tem na sua congénere madrilena, a JustMad, as suas raízes. Se em Lisboa esta é uma estreia, a JustMad vai já na sua nona edição, e a linha subjacente a ambas é a arte contemporânea emergente, e serem as duas palcos privilegiados para os projetos mais recentes da contemporaneidade.
É esta característica que distingue ambas as feiras nascidas em Madrid: se a ARCOlisboa tem apenas uma pequena parte, delineada e dedicada aos nomes realmente recentes – e tudo o resto à volta sendo galerias já com estrada feita - a JustLX aposta especialmente nos talentos emergentes e nos mais jovens colecionadores. Porque a arte contemporânea é mais interessante quanto mais nova e surpreendente for, parece-nos que esta é uma aposta ganha à partida, sendo a breve distância física entre as feiras uma excelente alavanca para o sucesso da JustLX.
À esquerda "Las Leonas", por Estefanía Martín Sáenz em 2018, 35x50cm, técnica mista sobre papel, da galeria Gema Llamazares, e à direita "Sem Título (Chama)", por Sara Bichão em 2016, 60x39x5cm, madeira, tinta acrílica, tecido, espelho e pregos, da galeria Bessa Pereira
Em Lisboa porquê? Porque é a cidade europeia que mais se tem distinguido no sector turístico, na sua nova dinâmica cosmopolita, e Alcântara, o bairro onde está o Museu da Carris onde decorrerá a JustLX, é um dos novos spots, perto do centro mas deste distanciado o suficiente para ser ainda genuíno e apelativo.
O Museu da Carris, em Alcântara, espaço com cerca de 2.000 metros quadrados que receberá a novíssima JustLX
Este Museu, o da Carris, foi escolhido também por ser o cenário perfeito para esta mostra que terá a tecnologia, a sustentabilidade e o meio-ambiente como espinha dorsal. O Museu que acolhe os eléctricos, por si imagem icónica da cidade, catalisa este diálogo que se pretende entre a arte e as possibilidades da criação do ponto de vista dos ambientes limpos, das Smart Cities e da preocupação por um futuro sustentável.
"Blue Black / Off White", por Ricardo Alcaide, serigrafia, da galeria 55sp
Outra forte razão para visitar a JustLX é a mostra alargada de iniciativas artísticas vindas do continente africano, numa seleção coordenada pela artista Glória Oyarzábal e que trará para cima da mesa as propostas mais interessantes de artistas e galerias em África.
A entrada custa 10 euros, ou 5 euros para estudantes, reformados e desempregados. Se comprados com antecedência aqui, há descontos especiais.
Mais info aqui
Imagens cedidas pela organização
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