Pedro Cabrita Reis expõe na Cooperativa Ãrvore, Porto
O título da mostra é tão longo que me estragaria o layout desta entrada; Pedro Cabrita Reis surpreende e intriga, faz afinal aquilo que se espera de um artista.
E o tal título é: “Algumas peças em bronze, uns quantos pratos em cerâmica nas paredes e ainda um indeterminado número de trabalhos em papel”. Lembra os livros de setecentos, quando toda a capa era ocupada pelo título, pelos subtítulos e pelos agradecimentos ao mecenato que levara a obra ao prelo.
Pedro Cabrita Reis durante a montagem da exposição, de martelo na mão. Foto retirada do FB da Cooperativa àrvore.
Era também forma de elucidar imediatamente o público leitor ao que a obra vinha, tal como o título desta exposição; diz a propósito dela o próprio artista que “todos os trabalhos expostos são inéditos e foram feitos especificamente para esta exposição. A exposição integra um conjunto de peças em bronze, um conjunto de cerâmicas efetuadas no atelier de cerâmica da Cooperativa Árvore e trabalhos sobre papel.”
Da suite "Árvore" (col. I/V), em 2018, grafite e tinta injetada, 56x76cm cada, por emoldurar, fotografia de João Ferrand.
Uma das coisas que me faz gostar de Pedro Cabrita Reis é a sua frase: “um desenho não se apaga com borracha, rasga-se logo a folha, e começa-se outra vez”. Este desprezo pelo ‘lambidinho’ e pelo arrependimento faz de Cabrita Reis, também, um nome maior da cena artística portuguesa contemporânea. Isso e fumar, outra coisa que ‘lambidinhos’ e arrependidos já não fazem por ter medo que caia mal àquilo que os outros poderão pensar.
Paintings #1, em 2016, (Casa Queimada), acrílico e esmalte em k-line, 32,5x38,5cm, fotografia de PCRSTUDIO/João Ferro Martins, coleção do artista
A obra de Pedro Cabrita Reis é abrangente, e abarca desenhos, pinturas, esculturas e instalações por vezes de grande dimensão. Expõe regularmente desde os anos 80 e participou nas mais prestigiadas exposições nacionais e internacionais, como a 9ª Documenta de Kassel e a 24ª Bienal de São Paulo. Representou ainda Portugal nas Bienais de Veneza e de Lyon.
Está representado um pouco por todo o mundo em Museus e Centros de Arte, nomeadamente em Londres, Roma, Turim, México, Alemanha e Brasil, entre outros.
A belíssima casa da Cooperativa Árvore, nos Jardim das Virtudes, na encosta virada ao Douro
A casa que recebe esta exposição vale bem a visita. A Cooperativa Árvore ocupa uma larga casa com jardim, edificada no século XVIII, numa encosta de onde se avista o rio. Localizada em pleno Jardim das Virtudes, a Árvore oferece salas de exposição, loja e galeria de arte, oficinas e produção de serigrafia, litografia, gravura, cerâmica, fotografia e multimédia.
Exposição “Algumas peças em bronze, uns quantos pratos em cerâmica nas paredes e ainda um indeterminado número de trabalhos em papel”.
Na Cooperativa Árvore, até ao dia 30 de junho
De segunda a sexta-feira, das 09h30 às 19h
Aos sábados das 14h às 19h.
Mais info aqui.
Imagens cedidas pela organização ou retiradas do respetivo FB.
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