Lisboa judaica para descobrir a pé
Do palimpsesto histórico que é Lisboa, a Green Trekker escolheu para dia 22 revelar os registos judaicos da cidade
Não é das melhores páginas da nossa história, mas afinal, que nação europeia pode dizer que foi sempre incondicionalmente simpática para com os judeus? Ok, ok, há o Norte da Europa, mas na altura em que os acolheu as razões não foram certamente apenas humanitárias.
No próximo dia 22 a Green Trekker propõe um passeio a pé por Lisboa para contar estes e outros mais felizes episódios da presença judaica na capital. A Green Trekker é uma empresa que organiza viagens e passeios, um pouco por todo o país, que designa como “viagens de aventura e caminhadas”, onde a velocidade da passada é a ideal para absorver tudo à volta.
A caminhada de dia 22 vai-nos revelar tudo o que Lisboa guarda sobre a interação dos judeus com os lisboetas, numa relação de tão longos séculos, especialmente a que se espraiou pela Idade Média e pela época dos Descobrimentos. Como tão apetitosamente conta o panfleto da Green Trakkers, “nos meandros da vida política, nos estaleiros navais e nas ruas dedicadas ao comércio, o povo judeu esteve sempre presente.”
O percurso do passeio convida a descobrir a vida, as tradições e os locais onde os judeus de Lisboa deixaram a sua a sua marca. As judiarias, as sinagogas e o quotidiano dos judeus em Lisboa são as histórias com que a Green Trekkers nos tentarão dia 22, numa viagem no tempo que nos levará tão facilmente a tempos de fausto e glória como aos de intolerância e injustiça.
O percurso, que começa às 10h00 no Terreiro do Paço e termina por volta das 13h30 no Rossio – as marcas espaciais maiores da desventura judaica em Lisboa - passará pelos locais que celebram tanto a paz como as más memórias dos judeus lisboetas.
A guia designada para este passeio é Inês Ribeiro, que diz de si ter “ coração fiel à Arqueologia Romana” e como boa lisboeta que é, também se ter tornado perita em passeios sobre os Santos e as Mulheres de Lisboa. Diz mais que “ passear comigo é uma experiência cheia de simpatia e amor por esta cidade onde nasci e cresci!”
A voltinha tem grau 1 de dificuldade, ou seja, pode levar consigo a sua bisavó se quiser, e custa 15 euros por pessoa. Pode, e deve, inscrever-se aqui, e este preço inclui seguro de Acidentes Pessoais e de Responsabilidade Civil. Para a sua concretização terá que haver mais de 10 participantes (acredito que este número já extravasou) e como sempre, traga calçado confortável e, pelo que temos visto, chapéu de chuva ou capa, que este verão tem sido, no mínimo, tímido.
Por tudo aquilo que a minha nação tenha feito aos judeus, eu, João, peço humildemente todas as desculpas. Mas a bem da ‘ecumenidade’, espero também que por tudo aquilo que os judeus tenham feito de mal a outros peçam desculpa. “Shalom aleichem!” Somos todos pessoas, não é?
Imagens cedidas pela organização
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