Reencontros: Memórias Musicais no Palácio de Sintra
Para além de tudo o que nos levaria sempre a Sintra, há ainda o “Reencontros”, o ciclo de música dedicado à Idade Média e ao Renascimento.
Ao longo do mês de julho o “Reencontros” regressa ao Palácio Nacional de Sintra. São oito espetáculos de diversas temáticas, do flamenco ao reportório sagrado, passando pelas lendas germânicas e histórias de outros povos.
Esta edição traz convidados de renome internacional que chegam de Espanha, Itália, França e Alemanha, e que têm a direção artística assegurada pelo maestro Massimo Mazzeo.
O belíssimo Palácio Nacional de Sintra, o mais antigo em Portugal, onde decorrem os "Reencontros". Foto por PSML - Luís Duarte. Na abertura, pormenor de interior do mesmo Palácio, foto por Diogo Rodrigues.
O maestro avança que “o ciclo deste ano tem o Mediterrâneo como ponto de expansão, assim como tudo aquilo que o Mediterrâneo trouxe aos países que olham para esse berço da civilização”.
No Pátio Central e na Sala dos Cisnes do mais antigo palácio real do país, todas as sextas e sábados de julho, revisitam-se sonoridades medievo quinhentistas ajustadas ao contexto histórico deste palácio: os repertórios do “Reencontros” refletem o gosto musical da Alta Idade Média até aos finais do século XVI.
A Sala dos Cisnes, onde decorrem os concertos de interior. Os de exterior decorrem no pátio do Palácio. Foto de Luís Duarte.
No dia 13 de julho o agrupamento L’Arpeggiata, sob direção musical de Christina Pluhar, apresenta um concerto que é a pedra angular de todo este ciclo e a partir do qual irradiam todos os outros. O repertório desta noite leva-nos numa viagem pela tradição musical popular mediterrânica, como bem traduz o título do concerto: “Mediterrâneo – música de Espanha, Itália, Grécia, Turquia e Macedónia”.
O grupo Arpegiatta, para ouvir já amanhã, dia 13. Foto por Michael Uneffer.
Da Alemanha chega a Ala Aurea que, no dia 14 de julho, improvisa sobre a mais universal das lendas europeias e que está intrinsecamente ligada à cultura germânica: o Parsifal. O conceito criado por Maria Jonas para o espetáculo “’Cundrîe la Surziere’ – Um trajeto medieval em busca de Chrétien de Tryes e Wolfram von Eschenbach” consiste na recuperação dos mais antigos textos conhecidos sobre o tema e na improvisação, com base nas escassas melodias medievais sobreviventes até aos nossos dias.
Os Ala Aurea, improvisando sobre Parsifal, no dia 14. Foto DR.
Nos dias 20 e 21 de julho, o Palácio nacional de Sintra recebe o ensemble vocal Odhecaton, que recupera repertório sagrado e profano do Renascimento. “’Flos Florum’ – Simbologia do número e devoção Mariana na polifonia franco-flamenca”,, no dia 20 de julho, é dedicado à devoção Mariana na cultura e na música polifónica francesa. No sábado, dia 21, o ensemble italiano regressa para o concerto “Os Humores de Orlando di Lasso” que invoca um dos mais representativos autores da polifonia do século XVI, Orlando di Lasso. Neste tributo ao compositor exploram-se as suas múltiplas facetas e a versatilidade com que, através da música, soube exprimir os mais variados humores da natureza humana, da melancolia à espiritualidade, passando pela expressão da crueza sanguínea da vida mundana.
Os italianos Odhecaton, para ouvir nos dias 20 e 21. Foto de Laila Meyrick Velour.
Accademia del Piacere, agrupamento de renome internacional, encerra os “Reencontros” com dois programas que propõem duas imersões diferentes nas sonoridades hispânicas. No dia 27 de julho, “Redescobrindo Espanha – “Fantasías, diferencias y glosas” na música espanhola dos séculos XVI e XVII” recupera a prática e a leitura musical dos instrumentistas dos séculos XVI e XVII seguindo os mais rigorosos critérios historicistas.
No último dia deste ciclo, 28 de julho, Accademia del Piacere irá demonstrar a dualidade da expressão musical numa Sevilha tomada entre as luzes humanistas e a obscuridade da contrarreforma, oscilando entre a comédia e a sensualidade e o misticismo e a espiritualidade. O programa “‘Hispalis Splendens’ – Música de Sevilha do século de ouro” encerra, assim, a quarta edição dos “Reencontros”.
O grupo Accademia del Piacer, a fechar o ciclo dia 28. Foto de Oscar Romero.
O ciclo “Reencontros – Memórias Musicais no Palácio de Sintra” é uma iniciativa conjunta da Parques de Sintra e do Divino Sospiro – Centro de Estudos Musicais Setecentistas em Portugal (CEMSP), tendo por diretor artístico o maestro Massimo Mazzeo. “Reencontros – Memórias Musicais no Palácio de Sintra” dá continuidade à 4.ª Temporada de Música Erudita da Parques de Sintra, que iniciou em março com os “Serões Musicais no Palácio da Pena”, e termina, em outubro e novembro, com o ciclo “Noites de Queluz – Tempestade e Galanterie”.
Preço de bilhete por concerto: 10€
Capacidade da Sala dos Cisnes: 160 lugares
Info e locais de venda: Bilheteiras da Parques de Sintra, www.parquesdesintra.pt, www.blueticket.pt, FNAC, Worten, El Corte Inglés, Altice Arena, Media Markt, lojas ACP, rede PAGAQUI e Turismo de Lisboa.
Para maiores de 6 anos.
Imagens cedidas pela instituição.
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