Entrevista com José Ribeira da Cavalos na Areia na Comporta
“A Cavalos na Areia proporciona algo às pessoas que não existe em mais lado nenhum da Europa”
A empresa Cavalos na Areia tem como principal atividade a organização de passeios a cavalo na Herdade da Comporta. Disponibiliza cavalos para alugar e realiza três tipos de passeio – na praia, junto ao rio Sado e no campo.
Saiba mais sobre a Cavalos na Areia na entrevista com o proprietário, José Ribeira.
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O que é especial em andar na praia de cavalo?
Para já não é fácil ter uma praia onde se possa andar a cavalo. Que eu saiba, em Portugal não há mais nenhuma. A Praia da Comporta tem a particularidade de ser a mais longa da Europa, tem 60 quilómetros, e por essa razão há certos locais não concessionados e as pessoas podem andar a cavalo. São locais selvagens e por enquanto ainda podemos usá-los para fazer um passeio. Não conheço mais nenhuma praia em Portugal onde isso seja possível. Porque geralmente as praias são pequeninas, estão concessionadas de ponta a ponta. Aqui não, a zona onde andamos é ainda selvagem e está preservada por nós e por quem usa. Por alguma razão é que temos este sucesso, porque conseguimos proporcionar algo às pessoas que eu penso não existir em mais lado nenhum da Europa.
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As pessoas aderem muito?
Muito. Estamos completamente cheios. Convém reservar com antecedência, depende das datas. Ao fim-de-semana estamos completamente cheios. Durante a semana temos algum espaço para conseguir marcar. Mas agora até Setembro temos a agenda completa. Este ano estamos cheios desde Janeiro, praticamente.
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Quem vai fazer os passeios a cavalo na praia já tem experiência a montar?
Não. A razão do nosso sucesso é que não é preciso ter qualquer tipo de experiência para fazer o passeio a cavalo. Damos aulas também, aos miúdos e graúdos. Mas principalmente aos miúdos. Temos uns garraninhos para dar aulas. Mas como eu dizia, a razão do nosso sucesso é que os cavalos estão preparados para pessoas que não têm qualquer tipo de experiência. Muito mansinhos, completamente. São treinados por nós. Os passeios são sempre acompanhados por um guia ou dois, depende do número de pessoas. E pronto, graças a deus nunca tivemos nenhum acidente.
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E as pessoas gostam?
Adoram. Já tivemos cá o Ronaldo, agora tivemos a Madonna há duas semanas.
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E qual foi a sua impressão da Madonna?
É simpatiquíssima, amiga do coração. Pôs no Instagram dela um agradecimento ao dia que nós lhe proporcionámos e para nós foi óptimo. É uma óptima publicidade, até porque não lhe pedimos nada, foi completamente espontâneo. Ela veio com as meninas, as gémeas, mas elas não montaram a cavalo. Quem montou foi ela e o amigo dela.
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E o que nos pode dizer mais sobre esta experiência, porque é que vale a pena?
O que eu aconselho às pessoas é tentarem não vir nesta altura, mas fora da época alta. Ou marcar com antecedência. Agora é bom, mas normalmente é quando recebemos mais estrangeiros que estão de passagem em Portugal. A melhor época é a Primavera.
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A Cavalos na Areia existe há quanto tempo? Já faz parte da identidade da Comporta?
Começámos em Janeiro de 2011, estamos quase a fazer sete anos. Nós não temos nada a ver com a Comporta, somos arrendatários, alugamos o espaço onde estamos. Mas são os nossos parceiros e quem nos ajudou a atingir o objetivo de ter este projeto fantástico.
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A vossa especialidade são os passeios a cavalo na praia. Mas também têm outras atividades, certo?
Também alugamos bicicletas e fazemos passeios de canoa, mas o nosso core business são os passeios a cavalo. Temos as canoas aqui no lago, ao pé do hotel Sublime. É um lago fantástico, não há problema nenhum. Levam coletes e é tudo feito com segurança.
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Também gosta de montar a cavalo?
Gosto imenso. Desde pequeno que monto a cavalo. Nasci numa quinta, o meu pai era agricultor e tenho algum jeito para montar a cavalo. Mas principalmente para os ensinar e escolher os bons. É preciso ter jeito, é como tudo, e eu tenho essa facilidade de os escolher e de os ensinar.
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É um negócio de família?
Não, sou só eu. Sou separado, tenho dois filhos. Os meus filhos vivem em Cascais e eu fico aqui. Estou aqui o ano todo. Nunca fechamos, estamos abertos 365 dias por ano. Agora no Verão, de Julho a Setembro, só trabalhamos de manhã. Começamos às sete da manhã até às quatro da tarde. E fazemos três passeios de manhã, às 8 da manhã, às 9h30 e às 11h30. À tarde normalmente não fazemos porque está demasiado calor para os cavalos. Fazemos alguns passeios à tarde, mas são privados. O cliente paga uma taxa para abrirmos a cocheira e estarmos abertos durante a tarde. Mas geralmente concentramos o movimento todo de manhã e à tarde vai tudo para a praia [risos].
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Como surgiu esta ideia da Cavalos na Areia?
Foi um sonho que eu sempre tive, de explorar a área do turismo equestre, que eu penso ser uma lacuna em Portugal. É algo que ainda não está muito explorado. E pronto, foi a concretização de um sonho. Trabalhei muitos no imobiliário em Lisboa e um dia tive a oportunidade de abrir aqui um centro de atividades, fui convidado pelo Grupo Espírito Santo, e aproveitei.
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O que nos pode dizer da Comporta? Por que vale a pena visitar?
Bem, de atividades não há muitas opções. Praticamente só existimos nós, não temos concorrência. Mas aqui é usufruir da praia, do sossego, restaurantes… E dos cavalos, claro. E principalmente, uma coisa muito importante, é não fazer nada. Conseguir desligar.
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