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Museus, as Lojas de Domingo

Lojas dos Museus
Por JoÁ£o GALVÁƑO hÁ¡ 7 anos
Categorias :
Cultura Compras

Vá ao Museu que só lhe fará bem. No fim da visita, passe na loja e leve uma prenda para si ou para a casa

 

Se for como eu, será daquelas pessoas que gostaria de levar uma moca escondida no sobretudo na visita ao museu, para esfrangalhar a vitrina e roubar aquele jarro de prata que ficaria tão bem na cristaleira lá de casa. Não o faça, pode dar anos de cadeia e não vale a pena: todos os Museus, grande parte dos Monumentos e das Casas-Museu têm uma loja onde, entre outros itens, se disponibilizam réplicas do acervo exposto.

 

Cada Museu ou Monumento sob a chancela da Direção Geral do Património Cultural tem uma loja adjacente onde pode encontrar não só réplicas de algumas peças expostas, mas também livros e catálogos de exposições, peças infantis  e outras que caibam em contexto histórico: aromas para si ou para a casa, joias, têxteis de usar na mesa, na cozinha ou em si e toda uma panóplia de curiosidades de gostar e levar consigo.

Travessa quadrada Nº1 da Linha Património, com desenhos de James Murphy em 1792-1795 no livro “Plans, Elevations, Sections and Views of the Church and Royal Monastery of Batalha; Anel Balas, por Olga Magalhães, em prata, inspirado em balas de canhão, da Torre de Belém; Aquecedor de aguardente, em prata e mogno, réplica de original de 1805, do Museu Nacional de Arte Antiga; Escultura “Torso de Mulher”, réplica em resina sintética de original de Francisco Franco, do Museu do Chiado; Jarro em estanho, século XX, do Museu de Lamego; Prato em porcelana, réplica Dinastia Qing, período Kangxi, sec. XVIII, do Museu Nacional Soares dos Reis

 

Materiais preciosos, como ouro ou prata, pagam-se mais caro, evidentemente. Assim como a manufactura especializada.  Estes dois factores ditam os preços mais altos. Mas o seu inverso permite comprar um objecto por poucos euros, se os materiais forem mais baratos e a sua produção mais massiva. Nas Lojas dos Museus pode encontrar a linha infantil Rei e Rainha, decorada com estes e outros personagens que habitaram os nossos Monumentos, a partir de €1,50 cada peça, até aos brincos espiralados em prata dourada, réplica de original do século XIX, já na casa dos €90.

 

Existem também algumas peças de exceção, como pratas, cristais e porcelanas como as que vimos durante a visita e que podemos encontrar na loja. Destas podemos destacar o serviço Flores, cujo original Limoges, para mais de 50 pessoas, a Rainha D. Amélia trouxe de Paris no final do século XIX; nenhuma mulher resiste às compras, especialmente se for rainha.

Bandeja e taças em porcelana, Palácio Nacional de Sintra; Chávenas de chá e café “Um Arquitecto / Um Monumento”, por José Canas,  inspiradas nos painéis de azulejos joaninos da Capela dos Portocarreiro do Convento de Cristo em Tomar; Veleira em parafina, do Palácio Nacional de Queluz; Serviço de chá em prata, do Museu de Lamego; Brincos, prata dourada, réplica de original da Idade do Bronze, Museu Nacional de Arqueologia; Escultura Santo António, resina sintética, réplica de original séc. XVI/XVII, do Museu da Guarda.

 

Mas nem todas as peças trazem o pó dos séculos; Paula Rego assina um serviço onde macacos atrevidos e senhoras híbridas passeiam pelos pratos inspirados nos temas escultóricos do Jardim Pênsil do Palácio de Queluz, fazendo-nos recordar o apreço que a artista tem pela azulejaria portuguesa dos séculos XVII e XVIII ou pelas obras de ceramistas célebres como Bordalo Pinheiro.

 

O catálogo não é constante, nem as suas referências permanentes. Seja em função dos gostos voláteis dos visitantes, seja pelas adições aos acervos, algumas peças são, se se apaixonar, mesmo para comprar logo, que estas não são como as do museu, que esperam por si sempre. Estas esgotam e por vezes não voltam.

 

 

Foto de abertura: Loja do Mosteiro da batalha

Todas as fotos cedidas pela DGPC