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Termas do Centro: luxo acessível e saudável

Termas do Centro
Por JoÁ£o GALVÁƑO hÁ¡ 7 anos
Categorias :
Turismo Portugal

A rede Termas Centro não quer perder a maré que faz borbulhar o turismo nacional; para já, esqueça que termas são só para idosos ricos

 

Não aproveitar o ‘boom’ turístico que Portugal conhece agora, especialmente na fileira do Turismo de Saúde, seria um grande disparate e a perda de uma oportunidade.

“Com o crescimento do turismo na Região Centro de Portugal urge a necessidade de posicionar as termas como um dos ativos estratégicos diferenciadores do Centro.” É assim que Guida Mendes, coordenadora da rede Termas Centro define o reforço da competitividade turística das estâncias termais desta região, e continua: “O Centro agrega quase metade das estâncias termais de Portugal e estas encontram-se próximas de locais de elevado interesse histórico e património natural. “

À esquerda as Termas da Curia e à direita bicas de água termal em Monfortinho. Na abertura as Termas do Luso.

 

Como vai este projeto revitalizar o mercado?

A rede Termas Centro pretende reforçar a competitividade turística das estâncias termais da Região Centro, através de uma lógica de trabalho em rede e com produtos adaptados a diferentes targets e que abranjam as temáticas saúde e bem-estar, natureza, património e cultura.

Para reforçar a competitividade turísticas das estâncias termais, o projeto pretende, de uma forma transversal, dar a conhecer os benefícios das águas termais, através da realização de estudos científicos, e combater a ideia estereotipada de que as termas apenas são direcionadas para públicos seniores ou doentes. 

A grande aposta do primeiro Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (PROVERE), que decorreu de 2009 a 2015, foi na requalificação e modernização das infraestruturas das estâncias termais, das zonas envolventes e na construção e modernização de unidades hoteleiras de apoio. 

Desde 2016 está em curso o segundo PROVERE, cujo investimento de 2.3 milhões de euros se dirige primordialmente para investimentos imateriais, como a promoção e projeção nacional e internacional das estâncias termais da Região Centro, dos seus produtos diferenciadores de saúde e bem-estar e da criação de um programa de animação que envolve a totalidade das estâncias termais que integram a rede Termas Centro, assumindo-se como um instrumento fundamental na valorização turística dos recursos naturais, paisagísticos e patrimoniais de cada um dos territórios.

 

 

Termas das Caldas da Rainha

 

Em termos financeiros, qual o peso das ajudas externas e como se opera? 

A rede Termas Centro, cujo promotor líder é a Associação das Termas de Portugal - Delegação Centro, é um projeto cofinanciado pelos programas operacionais Centro 2020, Portugal 2020 e pela União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no âmbito da Estratégia de Eficiência Coletiva PROVERE, com uma taxa de cofinanciamento de 85%.  Os restantes 15% são financiados pelos próprios consorciados. 

À esquerda as Termas de São Pedro do Sul e à direita as Termas de Alcafache.

 

As termas serão um destino de luxo? Ou os operadores já têm isso em conta e oferecem novos pacotes mais acessíveis?

As termas não se pretendem posicionar como destinos de luxo, mas sim como destinos únicos onde é possível ter uma experiência holística, que alia os benefícios das águas, nas vertentes de saúde e bem-estar, à riqueza dos ambientes onde as termas se situam, com um vasto património cultural e gastronómico. 

As termas que integram a rede Termas Centro oferecem pacotes acessíveis e de acordo com as necessidades dos clientes. No caso do termalismo terapêutico, as estâncias oferecem tratamentos bastante acessíveis. Devido à heterogeneidade das estâncias termais da Região Centro, existem diferenças nos valores de cada tratamento, mas apenas para se ter uma ideia, 7 dias de tratamento ORL (vias respiratórias) com três tratamentos diários, tem o valor de 139,75 euros numa das estâncias da rede Termas Centro. Um programa termal do foro reumatológico de 7 dias, tem o valor de 235.20 euros.  A estes valores acrescem o valor da consulta médica. Mas tal como referido anteriormente, um programa termal é feito à medida de cada cliente e por isso o ideal será selecionar uma das estâncias termais da rede Termas Centro, realizar a consulta médica e obter o programa mais adequado. Se considerarmos programas mais alargados, como na vertente de bem-estar, temos valores que se adequam a diferentes públicos. Uma das estâncias termais da Região Centro oferece circuitos termais, como o Termal de Dermo-Estética (1 dia), em que um duche facial, uma massagem facial, um banho de bolha de ar e uma vaporização geral fica por 50 euros. Um programa anti-stress, de dois dias, fica pelo valor de 135 euros com direito a hidromassagem, duche Vichy com massagem a quatro mãos, duche escocês, banho antisstress, banho de bolha de ar, duche circular e massagem ayuvérdica. Na rede Termas Centro pode realizar massagens gerais de 40 min por 45 euros e um programa de 5 dias celulite zero por 375 euros.

 

 

Termas do Cró.

 

Há concorrência europeia com as Termas portuguesas? 

As termas portuguesas são um destino termal de referência. Facto que se deve tanto ao nível da qualidade das nossas águas e tratamentos, das instalações requalificadas e modernizadas que dispomos, como também devido à aposta das mesmas em projetos inovadores. Seja através da utilização das características únicas da água termal nos produtos dermocosméticos, como através de investimentos em estudos das propriedades medicinais. Prova deste reconhecimento é por exemplo a maior Associação de Spas Termais da Europa (ESPA) distinguir algumas das estâncias termais portuguesas como as melhores e mais inovadoras da Europa no setor do turismo de saúde e bem-estar, bem como as estâncias que melhor promovem no seu dia-a-dia práticas e know-how diferenciadores.

 

 

Termas da Felgueira.

 

Como encara esta demora nas comparticipações do estado para utentes das Termas? 

Quando se investe na investigação com vista a confirmar cientificamente a eficácia dos tratamentos termais em várias patologias não faz sentido continuar a descriminar este tipo de tratamento terapêutico. A suspensão das comparticipações além de ter efeitos negativos óbvios na população que obrigatoriamente teve de recorrer mais a fármacos por exemplo, prejudicou ainda a atividade económica de todo o sector.  A expectativa de uma comparticipação que tarda em chegar apenas prolonga os prejuízos adjacentes. 

 

 

Termas de Unhais da Serra.

 

O 'boom' turístico de Lisboa e Porto já chegou às Termas do Centro?

Ainda existe muito potencial junto do público internacional, atendendo que cerca de 93% dos clientes que visitaram estâncias termais da rede em 2017 são portugueses.  Esta procura tem sido primordialmente crescente, sobretudo nos serviços de bem-estar, pelo que a aposta na promoção junto do público internacional é um dos grandes objetivos da rede Termas Centro.

 

 

Termas do Vale da Mó.

 

O que tem sido feito para atrair novos públicos?

Para além da requalificação e modernização de infraestruturas, presença em feiras nacionais e internacionais de turismo, a rede Termas Centro apostou numa nova imagem e assinatura “a origem do bem-estar”, que pretende transmitir exatamente aquilo que acreditamos que as termas podem ser: experiências holísticas que aliam a saúde e bem-estar, com património cultural e gastronómico das regiões envolventes. 

Para além da nova imagem, este ano foi lançado um novo website que agrega informação de todas as estâncias. Será em breve lançado esta nova versão do website em outros idiomas, assim como uma plataforma de e-commerce e uma aplicação mobile. Faz todo o sentido para as estâncias terem uma presença cada vez mais digital, para conseguir impactar novos públicos, mais jovens e também internacional. A forte aposta nas redes sociais faz também parte da estratégia das Termas Centro. 

No que concerne a eventos, em 2017, lançámos pela primeira vez um ciclo de eventos -  Viva Termas Centro - baseado num programa que pretende combater o sedentarismo físico, mental e social, através de um conjunto de ações e iniciativas em rede, que envolveu inúmeros participantes em atividades gratuitas representativas das potencialidades das regiões: visitas a locais de produção agrícola e vinícola, passeios pedestres interpretativos , concertos e outras performances artísticas, conjugadas sempre com visitas aos balneários  e facultando experiências termais, aliando assim,  o bem-estar físico e a saúde a um bem-estar emocional. Este ano teremos uma segunda edição deste ciclo de eventos. 

 

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Fotos  cedidas pela organização