Descubra a gastronomia portuguesa com um twist no Populi

Não sabemos se o melhor do Populi é a vista para a Praça do Comércio se a deliciosa comida

 

Quem passa pela fileira de restaurantes na Praça do Comércio, quiçá das praças mais belas da Europa, pode cometer o erro de partir do pressuposto que estes se direcionam apenas para os turistas e que são demasiado caros para o que valem. O Populi nasceu há cinco anos atrás e a sua animada e preenchida esplanada prova que este não vive apenas do facto de ocupar uma zona premium. Este fator, tal como dissemos, muitas vezes até funciona de forma desfavorável para um espaço, deixando os clientes de pé atrás.

 

No Populi a comida portuguesa é estrela. Sem por isso deixar de ser servida de forma inusitada e com requinte. Não espere encontrar aqui o ambiente da típica tasca, as toalhas de papel ou o bacalhau submerso em azeite servido numa bandeja de metal. Não, no Populi honra-se o que há de mais genuíno dos sabores lusos, homenageando essa herança gastronómica com o acrescento de novos ingredientes ou inovadoras formas de servir.

 

 

 

 

“Nós pegamos no nosso tradicional bacalhau, ele é confitado, por exemplo, o grão é transformado num puré de grão e a couve é substituída por um pak-choi. Os produtos portugueses acabam por levar um toque especial do nosso chef Giorgio Damasio”, explica Joana Lima, diretora de Marketing do Populi. “A carta que temos atualmente é nova. Todos os anos mudamos a carta pelo menos uma vez. Este ano introduzimos mais pratos de peixe. Já tínhamos as cataplanas, por isso este ano apostámos na caldeirada de bacalhau, que é um prato que tem estado a funcionar muito bem.”

 

Quem chega ao Populi e se senta na esplanada à espera da sua refeição, mal consegue deixar de esboçar um sorriso. É inevitável. A paisagem é soberba, marcada pelo azul do céu e pelo amarelo dos arcos do Terreiro do Paço, o ar está ameno, relembrando que o verão não se vai embora já, e o sorriso que nos chega à mesa é afável e atento, dando ainda mais vontade de iniciar a refeição.

 

 

Carpaccio de novilho em forma de sushi

 

 

O repasto começa com o couvert, com focaccia de alecrim e pão de alfarroba, manteiga de trufa e cogumelos, tapenade de azeitonas e azeite com redução de balsâmico. É uma óptima nota para iniciar a refeição, com o sabor rico do azeite português, a ligeira nota de sal da tapenade e o sabor caraterístico da trufa. A refeição continua com uma incursão pelos oceanos, neste caso pelo marisco português, ao qual muito poucos conseguem ficar indiferentes. O famoso Camarão à la Guilho pede para se limpar o prato, com um molho quase mais guloso que o camarão em si.

 

Uma ida ao Populi que se justifique tem de incluir a degustação do carpaccio de novilho em forma de sushi com cogumelos shitake, chips de parmesão e vinagre de estragão. Este prato original é um dos ex-libris da casa. Além de ser servido num formato diferente do habitual em que se vê o carpaccio, também reúne uma combinação de sabores única, que certamente lhe irá ficar retida na memória.

 

 

Caldeirada de bacalhau

 

 

Como prato principal, a escolha não é fácil. “O polvo e o bacalhau são dois pratos que temos desde o primeiro dia em que abrimos, com as mesmas receitas. E introduzimos outros, como as cataplanas, a caldeirada e o camarão tigre, que têm estado a ser muito bem aceites. O preferido é sempre o bacalhau, e o polvo também, são os reis da nossa carta. A caldeirada de bacalhau tem sido muito bem aceite. É um prato muito saboroso e muito típico. O pimento, o tomate, o bacalhau... são sabores que tanto os portugueses como os turistas não resistem”, explica Joana Lima.

 

É impossível finalizar a refeição sem uma nota doce. Ou melhor, é possível, mas não o faça. Porque as sobremesas valem muito, muito a pena. Difícil é escolher. Pode optar pelo crème brûlée de baunilha, o arroz doce da Avó Bia em mil folhas crocante, o cheesecake de frutos vermelhos, o fondant de chocolate branco e coração de framboesa ou o clafoutis de Ginja de Óbidos. São todas receitas portuguesas que lhe vão dar um gostinho, literalmente, do melhor da doçaria nacional. O melhor é mesmo pedir mais que uma e partilhar. Vá por nós.

 

 

Cheesecake de frutos vermelhos, clafoutis de Ginja de Óbidos e arroz doce da avó Bia