Anabela Baldaque, a insustentável leveza do vestir
Se segue a moda, como eu, à procura de quem é um estilo, tem que saber mais sobre a Anabela Baldaque
Conheci a Anabela há 30 anos, no Porto, eu estagiava e ela começava já a aparecer com boa roupa de jovem autora. Foi num espaço da Rua da Torrinha que já fechou, mas na altura fervilha de gente excêntrica. Menos a Anabela, que na altura me fez lembrar uma espécie de Carolina Herrera no Studio 54 algumas décadas antes; uma garota clássica e correta, no meio de um monte de ‘peixes tropicais’ com os lados da cabeça rapados vestindo spandex cor-de-laranja e napa preta, com tachas metálicas.
Anabela Baldaque é sempre na sua roupa – como na atitude - correta, etérea e desejável. Para mim vai ser sempre motivo de curiosidade, saber o que fez nesta e noutras estações. É mais que moda, é já um estilo, daqueles que ficam e não voam no sopro do tempo.
30 anos depois voltámos a falar e contamos-lhe tudo. O blog pode chamar-se Lisbonne-Idée, mas ao Porto para visitar a Anabela vai-se sempre bem.
Porque para além de excelente estilista é também uma excelente conversa, esta entrevista é toda à queima-roupa; deixamos a conversa mais longa para si, quando a visitar na linda loja-atelier junto à Foz, no Porto.
Como defines a tua linha criativa?
Elegante, romântica e audaz.
A tua roupa é para seduzir ou ser seduzida?
Seduzida.
Se tivesses imenso dinheiro agora, que peça de roupa e de quem é que compravas?
Casacos da Ratatui.
Se não fizesses roupa farias o quê?
Cerâmica.
Não passas sem ...?
Rir.
Sempre que podes fazes o quê?
Salto à corda.
O que te chateia profundamente?
Lixo no chão.
O que tem sempre que haver num teu espaço?
Flores.
E o que nunca pode lá entrar?
Gente pessimista.
Não sais de casa sem...?
Chaves.
Se mandasses no mundo decretavas o quê já?
Acabava com o dinheiro e voltávamos às trocas.
Se fosses uma peça de roupa serias o quê?
Um vestido.
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