150 anos da EPAL dão direito a museus gratuitos
A propósito dos 150 anos da EPAL, a empresa fornecedora da água à cidade de Lisboa, todos os seus museus têm entrada gratuita nos fins de semana de 2018
São quatro os pontos que constituem o Museu da Água, todos obrigatórios aquando de uma visita a Lisboa, e nenhum deles foi desenhado propositadamente para ser museu. Hoje, com as novas correntes da Museologia, especificamente neste caso a Industrial, tudo o que envolve o trabalho de recolha, armazenamento e distribuição da água em Lisboa dá origem a espaços que têm tanto de belo como de científico e de foro industrial.
Reservatório da Patriarcal
Comece pelo Reservatório da Patriarcal, a fazer lembrar um cenário de livro de Umberto Eco, retirado d’ “O Cemitério de Praga” ou d’ “O Pêndulo de Foucault”. Fica debaixo do chão no Jardim do Príncipe Real, curiosamente debaixo de um lago e ocupando a mancha octogonal da grade que o delimita. Construído no século XIX servia para regular a pressão da água que abastecia a zona baixa da cidade. Tinha capacidade para 884 m3, tinha, porque está agora vazio e por isso é possível passear por entre os trinta e um pilares com mais de 9 metros de altura que suportam os arcos em cantaria e as abóbodas.
Reservatório da Mãe d'Água
Não muito longe, logo ao fundo da Rua da Escola Politécnica e depois do Largo do Rato, pode visitar uma sala branca e mágica, etérea e feérica, onde o chão é substituído por espelho de água parado e luzente. O Reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras fica junto ao Jardim de mesmo nome e tem desenho do século XVIII do grande arquiteto da Baixa Lisboeta pós-terramoto, Carlos Mardel.
A fonte, ainda funcional, é uma cascata quase rocaille, verde de musgos, encimada por um golfinho de onde jorra água para uma piscina com 7 metros de profundidade. Deste lago emergem quatro colunas que sustentam um teto de abóbodas de aresta que, por sua vez, suporta o magnifico terraço panorâmico sobre a cidade de Lisboa.
Aqueduto das Águas Livres
O Aqueduto das Águas Livres é uma das mais emblemáticas obras de engenharia da cidade de Lisboa, também ele construído no século XVIII, antes do terramoto. E é tão boa obra que resistiu ao grande terramoto de 1755. Faz parte de um complexo sistema de captação e transporte de água por via gravítica, trazendo para Lisboa a água nascida na bacia hidrográfica da Serra de Sintra.
A extraordinária arcaria situada no vale de Alcântara tem 941 metros de comprimento e é composta por 35 longos arcos, sendo um deles o maior arco em ogiva, em pedra, do mundo, com 65 metros de altura e quase 29 de largura. O canal e o túnel no topo da obra são visitáveis e inesquecíveis.
Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos
A última estação do Museu da Água é a que mais facilmente associamos à nova museologia industrial. A Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, logo a seguir à estação de Santa Apolónia, foi construída no final do século XIX no antigo Convento dos Barbadinhos, uma ordem italiana, que viu ser-lhe encerrado o convento em 1834, aquando da extinção das Ordens Religiosas em Portugal.
O crescimento da população de Lisboa fez com que o caudal trazido pelo Aqueduto das Águas Livres se tornasse insuficiente e fosse necessário um novo sistema que, captando água a 114 km de Lisboa, tinha aqui a sua estação elevatória, a vapor, na tecnologia mais moderna que a época oferecia.
Hoje, as antigas máquinas a vapor e as respetivas bombas são o cerne do acervo exposto e o principal motivo para que o arqueólogo industrial que há em si visite esta estância do Museu da Água.
Mais info aqui.
Imagens do site da Câmara Municipal de Lisboa.
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