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De Natura, todo o mundo no Bairro Alto

De Natura com Teresa Lacerda
Por JoÁ£o GALVÁƑO hÁ¡ 7 anos

Teresa Lacerda abriu a De Natura vinte dias antes do 25 de abril, sem pensar que viria aí uma Revolução. Mas veio, e a De Natura faz parte dela.

 

A quem visita Lisboa agora não podemos garantir que o Bairro Alto é ainda o mesmo de aquando da abertura da De Natura. Aliás, não é mesmo. Quando Teresa Lacerda abriu a loja, o Bairro Alto era ainda marginal, fadista e apenas frequentado por quem lá vivia, ou por quem tinha mesmo que lá ir. Claro que uma reduzidíssima parcela era constituída (como sempre em sítios marginais, fadistas e genuínos) por uma certa classe de intelectuais, artistas e gente da vanguarda. Teresa já lá estava também.

“Sempre quis ter coisas que não houvesse nos outros sítios”, conta-nos Teresa, “as coisas que me interessam são um pouco diferentes e habituei-me a viajar muito num tempo em que cá ainda se viajava pouco”.

Este modo de vida é bem espelhado na De Natura: artes dos exóticos distantes, do Oriente, das Áfricas, em pequena ou em grande escala, contam-nos histórias noutras línguas e em dialetos raros.

 

Perguntámos a Teresa se foi ela que procurou o exótico ou se foi o exótico que veio ter com ela: “Veio ter comigo, veio ter comigo. Eu queria ter na altura uma coleção de arte budista, de objetos de culto. E coisas da Índia, do Japão, coisas do Oriente , coisas dos sítios por onde eram as minhas viagens. Foi assim que comecei. Um dia alguém me trouxe umas peças africanas, das quais nada sabia e rapidamente me deixei seduzir por tudo aquilo. Comecei a comprar livros e a querer ter peças, e ainda estou cada vez mais seduzida”.

Para além de comercializar a seleção das peças d’além mar, Teresa Lacerda usa a De Natura como um atelier onde pinta sobre o que a mais fascina, a Natureza. Nesta espécie de galeria íntima e profundamente sentida, há todo um Bestiário onde a artista presta homenagem ao mundo natural, que a chama: “Gostava de estar mais próxima da Natureza, sinto essa necessidade. E acabo por nunca estar, por estar aqui no meio do cimento. O que eu quero é verde, e jardins.”

 

As telas dos bichos de Teresa parecem assim funcionar como uma forma de compensar essa falta, casando maravilhosamente com a arte que outros já fizeram antes, lá longe, onde Teresa a foi buscar para trazer para aqui, para o Bairro Alto.

Eu gosto muito da Teresa, é uma referência em Lisboa de bom gosto, equilíbrio e esperança em coisas melhores. Quando posso e desço a Rua da Rosa, pela tarde, entro na De Natura com expectativa de agrado e esquecimento; é como chegar a casa e ligar a televisão no canal da National Geographic, mas estando do lado de lá do ecrã, com uma especialista.

 

Teresa à queima-roupa:

 

Gosto de Lisboa porque...

... é tão fácil chegar ao aeroporto!

 

Em Lisboa não passo sem...

... ir embora sempre que posso.

 

Só trocaria Lisboa por...

... um lugar no campo.

 

Gosto de Lisboa mas...

... sufoco.

 

 

Última Hora! Última Hora! Acabámos  de saber que Teresa vai expôr 21 telas do seu Bestiário, pela primeira vez fora da De Natura, na abertura da nova Vintage Department de Marvila, dia 22 de fevereiro. Sobre esta voltaremos a falar depois, sobre ver os bichos da Teresa, agora já sabe.

 

De Natura – Atelier Teresa Lacerda

Rua da Rosa, 162 A

1200-006 Lisboa

92 440 3765

De segunda a sexta-feira entre as 14h30 e as 18h00

www.teresalacerda.com

 

 

Imagens cedidas pelo espaço