Famalicão: Centro Português do Surrealismo
Abriu dia 1 de junho e fará certamente parte da rede mundial da Arte Surrealista ao nível global. Mais uma pedrada na centralização.
A 1 de junho de 2018 inaugurou o Centro Português do Surrealismo na Fundação Cupertino de Miranda, na cidade de Vila Nova de Famalicão.
Com o objectivo-chave de tornar «Famalicão, Centro Português do Surrealismo» a Fundação Cupertino de Miranda (FCM) lança, em parceria com a Câmara Municipal de V.N. de Famalicão, o novo Centro Português do Surrealismo (CPS).
Na inauguração, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao lado do grande Cruzeiro Seixas, um dos artistas representados no Centro Português do Surrealismo.
Assim, foram desenhadas e implementadas um conjunto de ações para criar melhores condições expositivas e de acesso ao surrealismo, desde a realização de obras de remodelação no seu edifício-sede, à aquisição de obras de arte e documentação associadas ao movimento surrealista. A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão é uma das principais parceiras deste projeto com quem a Fundação Cupertino de Miranda celebrou um protocolo de cooperação a 4 anos.
Trata-se de um projeto cultural diferenciador a nível nacional que pretende incluir a cidade de Vila Nova de Famalicão na rota internacional do surrealismo, através do estabelecimento de parcerias com países como Espanha, França, Suécia, Holanda, Brasil, Estados Unidos da América, entre outros, criando uma dinâmica cultural e atratividade no centro da cidade.
Uma das alas do novo Centro.
Os nomes expostos incluem as grandes estrela do Surrealismo português, como Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas ou António Carneiro. Foram estes mesmos nomes (e tantos outros) que fizeram da coleção da Fundação Cupertino de Miranda uma referência de relevância mundial e que podem agora ser vistos num espaço pensado propositadamente para si.
Do espólio da Gulbenkian vieram ajudar à abertura do novo CPS 59 obras de 25 autores, que se juntam às da Fundação Cupertino de Miranda, 23 autores expressos em 41 obras. São 100 trabalhos dos melhores nomes do Surrealismo português que compõe este acervo, 100 nomes mais que sonantes para que não só Portugal mas todo o mundo rume a Famalicão.
As novas instalações do Centro Português do Surrealismo, nos primeiros pisos da Fundação Cupertino de Miranda.
O edifício é do mais vintage que se possa querer. Construído nos anos 50, tem sido a sede da Fundação da FCM e desde sempre ocupa no horizonte arquitectónico da cidade um mancha importante e destacada. A recente reconversão para albergar o CPS é da pena do arquiteto João Mendes Ribeiro, que antes de tudo teve em conta o “enorme desafio pela ligação entre passado e futuro”, tendo sempre como fundo “o tema da contemporaneidade”.
O espaço museológico, que tinha até agora ocupado a carismática torre, mudou-se para os primeiros pisos, de modo a promover o contacto direto com a comunidade envolvente. Haverá mesmo um conjunto de expositores aberto à cidade, facultando uma relação estreita entre o espaço e as pessoas.
À esquerda o cartaz da exposição que abriu o Centro, também com acervo da Fundação Gulbenkian, e à direita escultura do periodo que o novo Centro abarca.
Nesta inauguração foi apresentada ao público a exposição “O Surrealismo na Coleção Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian”, que possibilita revisitar as obras ligadas ao Movimento Surrealista desta coleção e regressar ao acontecimento plástico desse período.
Esta exposição representa um estímulo à investigação e compreensão, quer de atitudes, quer de pensamentos, levados a cabo por autores que desafiaram a situação social e política da época, demonstrando audácia, inteligência e liberdade.
Mais info aqui.
Imagens cedidas pela instituição.
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