Lisboa faz ponte aérea como capital ibero-americana de Cultura
Até ao final do ano Lisboa é Capital Ibero-americana de Cultura. É o mundo aqui.
A designação deveria ser ‘das Culturas’. Por que a riqueza da humanidade é sermos todos, indivíduos e nações, todos tão diferentes entre nós; ‘culturas’ é coisa muito mais interessante que a Cultura.
As iniciativas são portuguesas, uruguaias, brasileiras, argentinas, chilenas, colombianas, cubanas, espanholas, norte americanas, mexicanas, peruanas, canadenses, equatorianas e venezuelanas. É literalmente meio mundo que desembarca numa antiga capital do império e que lhe traz novidades do que é agora.
Por que é um festival de muitas culturas irmãs mas tantas vezes díspares, a oferta é imensa e variada, pontuando a cidade em locais que valem por si a visita, tem mesmo que ir a www.lisboacapitaliberoamericana.pt para conhecer todo o programa.
Mas podemos-lhe dizer já quais os eventos que nós não vamos perder: no Padrão dos Descobrimentos somos confrontados com o nosso passado de seis séculos de racismo, com a exposição Racismo e Cidadania, acompanhado pelo Programa Educativo de mesmo nome que nos guia através do espaço e da história.
Lá mais para a frente, em setembro, será imperdível no Teatro São Luiz a obra de um dos mais importantes nomes da movida cultural do outro lado do Atlântico, a coreógrafa Tamara Cubas, uruguaia, que em palco mistura artes performativa e plástica, num resultado indefinível mas estranho e arrebatador. Leve mescal no bolso do casaco, os mexicanos é que sabem.
“Do Carnaval à Luta Livre” é uma exposição que traz juntos o passado e a contemporaneidade da América Central pelo uso dsa máscaras, desde as ancestrais astecas ou maias até às mexicanas, das lutas de arena onde os norte americanos foram buscar a fórmula do wrestling. Se não conhece ainda o Museu de Lisboa, ao Campo Grande, esta é uma excelente oportunidade para o visitar, e lá ver o peso da máscara na cultura mexicana.
No MUDE, o Museu do Design em plena Baixa de Lisboa, estará uma das mostras que se estenderá até 2018. Chama-se “Tanto Mar (como a cantiga de Buarque), Fluxos transatlânticos pelo design” e tenta mostrar como Portugal e Brasil se espelham e complementam aquando da troca de experiências do design entre ambos os países. Não tem que ser por esta, ir ao MUDE, o único museu do mundo que assumidamente não acaba a obra e deixa o edifício belo e cru, vale bem a pena. Não deve haver muitas mostras em que países com história comum tão rica e tão densa se desvendem, um ao outro.
A agenda é imensa e praticamente toda imperdível, vá mesmo a www.lisboacapitaliberoamericana.pt e veja tudo, pelo menos meio Mundo e meia História, que pode agora encontrar na cidade ibérica universal e incontornável de Lisboa.
Bem vindos, bienvenidos, welcome, todos, sempre e desde sempre, venham de cruzeiro ou de mula, mi casa es su casa.
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