Escher em Lisboa já em novembro
Vem aí a exposição do ano: uma longuíssima retrospetiva da obra de Escher, apimentada com instalações e multimédia
Lisboa vai receber no Museu de Arte Popular a partir de 23 de novembro uma exposição totalmente dedicada à obra de Maurits Cornelis Escher. Tudo aquilo que viu até agora em livro, mas desta vez no original, em papel e a tinta pela mão do artista.
O mais brilhante dos auto-retratos, o de Escher
É uma exposição itinerante que tem corrido as grandes cidades do mundo. Já a vi duas vezes, e por isso posso adiantar-lhe que para além de todas as suas obras que todos nós já conhecemos – os homens que sobem e descem a mesma escada ao mesmo tempo, o peixe voador que se transforma em ave, ou as mãos que se desenham uma à outra – poderá ver agora em Lisboa toda a obra do artista.
É realmente uma retrospectiva alargada, desde o início do seu lavor, aqui quase que mais gráfico que artístico, até à vénia que lhe fizeram outros artistas, e não só os das artes plásticas; desde cartazes publicitários até excertos de filmes bombas de bilheteira, tantos são ainda hoje os que se inspiram em Escher.
Instalação com esculturas suspensas e espelhos, da exposição em Milão
São 200 obras, acompanhadas de materiais multimédia, filmes e instalações artísticas – algumas fazendo com que nos sintamos dentro de uma das suas obras – com que a Arthemisia, a entidade organizadora, promete cativar o público na sua estreia em Lisboa. Foi tido muito em conta, pela organização, o forte crescimento turístico da cidade no passado recente, e os largos públicos em potência, tanto o nacional como o estrangeiro, que visitarão o Escher.
Uma das salas de exposição em Milão, no Palazzo dela Cultura, no ano passado
O espaço expositivo, tanto em Milão como em Madrid, estava cuidadosamente tratado em função do artista e da sua narrativa, ao ponto de certas salas estarem decoradas nas paredes ou no chão com padrões retirados da obra de Escher. A foto de abertura deste artigo, por exemplo, é o chão alcatifado de uma das salas da exposição em Milão, no Palazzo della Cultura.
À esquerda, cartaz publicitário inspirado em Escher, e à direita dispositivo para selfies com tratamento Escher. É super!
Tanto em Milão como em Madrid no final da exposição havia uma loja de produtos escolhidos ao tema, como posters, jogos, livros e material de escrita. Esperemos que na de Lisboa também, tenho um buraco na parede que precisa de disfarce.
P.S: esperámos ansiosamente para saber qual o local que a Arthemisia esteve a negociar para a mostra e acabámos de saber que foi o Museu de Arte Popular, em Belém, o escolhido para a edição da exposição de Lisboa. A exposição de Milão, no Palazzo della Cultura, ao lado do Domo, era magnífica e excelentemente produzida, muito graças ao sítio. Já em Madrid, no Palacio de Gaviria, um espaço em espera, decadente mas não o suficiente para se tornar um destino encantador, a exposição não brilhava tanto e parecia ter-se perdido qualquer coisa. É como em tudo, é sempre location location location. O Museu de Arte Popular, também ele uma espécie de arquitetura teatral e efémera, tem todo o potencial para ser sítio maravilhoso também, vamos ver, estamos espectantes.
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