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World Press Photo 2018 para ver no Beato

World Press 2018
Por JoÁ£o GALVÁƑO hÁ¡ 7 anos
Categorias :
Cultura

Os prémios World Press Photo podem ser vistos a partir de 27 de abril no Hub Criativo do Beato. Nem tudo é hip na vida e algumas imagens poderão chocar os mais sensíveis

 

É uma daquelas coisas a que todos temos que assistir anualmente. Não só pela perícia, audácia e estaleca do fotógrafo, mas porque anualmente o prémio World Press Photo nos faz a todos, nos últimos anos, pôr os pés no chão e lembrar que a vida não é só festa e que nem toda a Humanidade tem motivos para celebrar.

 

 

O primeiro prémio deste ano, Jose Victor Salazar Balza apanha na foto um manifestante incendiado durante um protesto contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela

 

Desta vez os prémios World Press Photo podem ser vistos no espaço lisboeta ‘mais-que-tudo’ que corre, o Hub Criativo do Beato. Esta zona oriental da cidade, até há pouco tempo pouco afamada e mal-vista, começa a ser uma espécie de Meatpacking District lisboeta e a trazer acontecimentos, coisas e pessoas relevantes para a cena cultural da cidade. 

 

 

Um dos nomeados ao prémio principal World Press deste ano, o fotógrafo Toby Melville, da Reuters, com foto executada logo depois do atentado da ponte de Westminster, em Londres

 

Os vencedores foram anunciados no passado dia 12 de abril e, como se esperaria, os trabalhos refletem o que tem sucedido no mundo nos tempos mais recentes, é afinal um concurso virado para fotojornalistas e outros que muitas vezes arriscando a sua própria vida nos ilustram de forma crua e limpa, sem filtros, o que se passa globalmente.

 

 

À esquerda, na categoria Sports o terceiro prémio Stories, por Nikolai Linares: o jovem Emilio pratica passes de tourada usando o casaco de um amigo como capa, numa praça em Almería, Espanha. À direita, o primeiro prémio na categoria Environment, por Neil Aldridge: um jovem rinoceronte branco, vendado e anestesiado, pouco antes de ser libertado no delta do Okavango, Botswana. 

 

E vendo as fotografias como um todo vemos como o que se passa é muito mau, e nem mesmo com ferramentas que há duas ou três décadas não existiam, como a internet, as coisas nos ficam mais próximas e empáticas, como seria expectável. Enfim, é a Humanidade que temos, é a humanidade que somos. Quiçá se todos nós trocássemos a fotografia do almoço que vamos postar no instagram por uma destas, talvez o World Press Photo marcasse mais alguns pontos na sua intenção.

 

 

À esquerda, fotografia nomeada para prémio principal, por Ivor Prickett: filas de civis que permaneceram em Mosul durante a batalha aguardam ajuda humanitária na vizinha Mamun. À direita, segundo prémio na categoria Nature, por Thomas P. Peschak: pinguins Rockhopper (saltadores de rochas) na ilha Marion, no extremo sul do Oceano Índico.

 

Para além dos eleitos do clássico prémio World Press Photo, 2018 traz também o galardão Digital Storytelling Contest, que contempla o uso das novas tecnologias digitais na comunicação visual. Esta modalidade foi lançada em 2011, com a designação Multimedia Contest, e em 2016 adotou o nome corrente.

 

 

À esquerda, outro trabalho de Ivor Prickett nomeado para prémio principal, uma criança não-identificada retirada da última área controlada pelo ISIS e à direita, primeiro prémio na categoria People, por Adam Ferguson: Maimuma, 14 anos, uma das jovens raptada pelo Boko Haram, na Nigéria, aqui sendo usada contra sua vontade como bombista suicida.

 

Tudo para ver no Beato, um bairro resgatado ao passado e fonte da maior movida cultural da cidade. O Hub Criativo do Beato ocupa o espaço deixado vago pela antiga Manutenção Militar de Lisboa e será a breve trecho um polo cultural relevante, aglomerando empresas nacionais e estrangeiras e promovendo eventos artísticos e culturais como o é o prémio World Press Photo.

 

Mais info, brevemente, aqui

 

 

Imagens do site oficial do evento